As tristes férias de um pobretão que busca ser milionário - Ano 2015

Minha cara no final da sexta noite no bar do meu amigo depois de beber 5 doses lembrando que tô de férias

Confira este tradicional post de férias dos anos de 2014, 2013, 2012. Confira aqui se vale a pena vender férias (nem tente entrar funça público imundo).

É isso aí, entrando de férias mais uma vez. Em falar que desde 2012 eu faço esse post. 4 anos hein. A nostalgia cresce. Me pergunto se há leitores que acompanham o blog desde o começo ainda com a gente.

Foi interessante ver o post de férias dos outros anos. Em 2013 eu li eu comentando que tinha comido 73 mulheres. Hoje já são 105. Um padrão que notei nos meus posts que demonstram a absurda estagnação da minha vida é que todo ano meus objetivos nas férias são:

- Encher a cara até não poder mais no bar do meu amigo e comprar vodkas e mais vodkas, trancar no quarto e ficar ouvindo Roxette pensando na vida lixo solitária que tenho de pobretão de vida ruim.

- Comer putas. Comer putas. Comer putas e mais putas e mais putas.

- Ir em restaurantes comer coisas legais (que vou em um ou dois e olhe lá).

- Ir em alguma show ou balada legal.

Deu. E o pior é que é isso que rola nas férias ano após ano. Quando eu era mais novo meus colegas viajavam para casas de praia ou faziam viagens legais. Eu ficava em casa comendo coca cola e jogando computador. Aqueles jogos que você entrava no ms-dos, apertava Cd.. depois cd games, depois nascar. Depois veio warcraft, veio starcraft, command and conquer e assim vai. Ano após ano mudava os games, os gráficos mas não mudava meu estilo de vida.

Agora empregado, ganhando salário razoável, 334 mil reais na conta, indo morar sozinho em breve e o que mudou? Entrou álcool e putas na jogada. Só. Games continuam, ficar em casa continua, solidão e pobreza continua.

Aí quando penso “o que diabos poderia diferenciar minhas férias da de um playboy ou de um beta comum mangina na matrix?”.

Viagem.

O único fator que diferencia é a viagem. No Bostil a classe média de betas matrixianos SEMPRE viaja nas férias nem que seja pra ficar 7 dias num litoral imundo do Espírito Santo ou mesmo no grotesco litoral paulista ou uma viagem de 4 dias pro Rio de Bosteiro ou ainda uma rápida passagem de 3 dias em Gramado. Os mais saidinhos vão para fora do país mas com essa crise..

Enfim essa sina de viajar me atormenta todas as férias e toda vez que entro numa ou chega final de ano e não viajo eu penso “ah ano que vem vou viajar, irei juntar pra não afetar o aporte e vou viajar”. Puta merda.

No que uma viagem realmente me acrescentaria? Iria mudar minha vida? Iria me abrir a cabeça e horizontes que é um dos principais argumentos de quem fala para viajar? A questão aqui é, se esse abrir a cabeça e horizontes iria abrir minha mente para FAZER A DIFERENÇA e MUDAR MINHA VIDA de forma incrível e arrebetadora ou seria um abrir mente do tipo “hurr durr culturas diferentes que bonitinho, sou viajado do mundo agora e posso falar no happy hour onde fui hurrrrr”.

Eu quero que vocês notem aqui que mesmo eu, que defendo e juntei o pobretão way of life, que respira e busca ensinar e aprender sobre aportar, economizar e viver frugal sofro terríveis pressões e crises existenciais sobre viajar, um dos maiores drenadores de patrimônio que existe e um das coisas de maior poder de ostentação que existem. É duríssimo estar inserido num círculo social de classe média alta e nunca ter viajado onde TODOS viajam nas férias e feriados.

O fato é que as férias são apenas um momento de descanso mental para depois o cara aguentar mais 11 meses de violências no mundo corporativo. Viajar não mudará sua vida. Você vai morrer e não vai levar isso pro caixão da mesma forma que o dinheiro.

O que vale pra vida é você trabalhar o menos possível pois aí sim você tem tempo para usufruir da sua vida inteiramente como deseja. NADA na vida tem graça e valerá a pena se você sabe que voltará ao mundo do trabalho. Dizem que deve-se trabalhar para viver. Mas ao tirar férias e torrando grana você não está fazendo isso. Você está vivendo para trabalhar.

Esse ano é mais do mesmo meus caros JPBFs. Putas, alcool, games e sofrimento sabendo que logo voltarei para mais um ano de estagnação, opressão no trabalho, tempo perdido enriquecendo playboys, e mais um ano perto da morte.

Não há alegria na vida para quem trabalha. Você nasceu para gastar 2/3 da sua vida trabalhando, nada vai mudar. Se eu não fosse um covarde cagão religioso de merda eu já teria me matado faz tempo.

Que comecem as férias. Vinde a mim as putas e a vodka.

Forte abraço!